sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Bolívia entrega ao Brasil documentação sobre julgamentos contra Roger Pinto

Bolívia entrega ao Brasil documentação sobre julgamentos contra Roger Pinto


Um grupo de ministros bolivianos entregou nesta sexta-feira a autoridades brasileiras uma volumosa documentação sobre cinco julgamentos nos quais está acusado Roger Pinto, senador que saiu de forma turbulenta da Bolívia e tramita um pedido de refúgio no Brasil.
A missão foi liderada pelo ministro de Governo, Carlos Romero, que chegou a Brasília acompanhado pelas titulares de Justiça, Cecilia Ayllón; de Transparência e Luta contra a Corrupção, Nardy Suxo; e pelo procurador-geral do Estado interino, Roberto Ramírez.
O grupo foi recebido pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com quem permaneceram reunidos durante cerca de duas horas.
"É uma documentação muito grande", declarou Cardozo sobre as várias e grossas pastas recebidas dos funcionários bolivianos.
Roger Pinto estava asilado na embaixada do Brasil em La Paz desde o dia 28 de maio de 2012, mas no dia 23 de agosto saiu da Bolívia sem o salvo-conduto necessário de parte do governo de Evo Morales, com ajuda de diplomatas e escoltado por soldados brasileiros.
O que a Bolívia classifica de "fuga" gerou um conflito entre os países, que inclusive provocou a queda do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Morales deu por superadas as tensões depois de se reunir na semana passada com a presidente Dilma Rousseff durante a cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) realizada no Suriname, mas insistiu que o senador deve responder à Justiça boliviana.
Ao chegar ao Brasil, Roger Pinto entrou com uma solicitação de refúgio perante o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça que decidirá a respeito e ao qual serão remetidos os documentos entregues hoje pelo governo boliviano.
Segundo explicou a delegação boliviana, os casos de corrupção nos quais Roger Pinto é processado são cinco, não 20 como sustenta o senador, e vão desde desvios de fundos públicos para uma universidade até desmatamento ilegal e vendas fraudulentas de terrenos do Estado a particulares.
Romero insistiu que, com essa documentação, as autoridades brasileiras não terão nenhuma dúvida que não estão lidando com um "perseguido político", mas "um delinquente" e "foragido da Justiça".
EFE