EDSON PÕE OS “ROLEIROS”
NO DEVIDO LUGAR
Entender e valorizar as expressões da juventude, dando espaço para a afirmação do seu protagonismo.
O Conversa Afiada publica excelente artigo do Deputado Edson Santos sobre os “doentes infantis da arruaça”:
Rolé: Oportunistas contam com o medo dos pobres que as elites sempre tiveram. Quem tem mais de 30 se lembra dos arrastões, registrados por equipes de TV incrivelmente bem posicionadas, que mudaram o curso das eleições cariocas de 1992. Benedita da Silva, negra e favelada como os garotos que causaram confusão nas praias, foi superada na reta final pelo discurso da ordem de Cesar Maia.
Rolé: Oportunistas contam com o medo dos pobres que as elites sempre tiveram. Quem tem mais de 30 se lembra dos arrastões, registrados por equipes de TV incrivelmente bem posicionadas, que mudaram o curso das eleições cariocas de 1992. Benedita da Silva, negra e favelada como os garotos que causaram confusão nas praias, foi superada na reta final pelo discurso da ordem de Cesar Maia.
ROLEZINHO NÃO É ARRASTÃO
Até bem pouco tempo atrás os espaços de convivência entre pobres e ricos no Brasil eram raros e muito bem delimitados. A madame, o senhor e os filhinhos sabiam que iam encontrar o povão quando se animavam de ir à feira, ao Maracanã (sim, este já foi um programa popular), à praia, ao baile funk ou à quadra da escola de samba.
Mesmo assim diziam que éramos o país da convivência cordial e da democracia racial.
O Brasil mudou. As famílias trabalhadoras hoje contam com mais oportunidades de trabalho e renda, e por isso consomem mais. Ainda são necessários muitos avanços para que todos estejam plenamente contemplados com os direitos da cidadania. Mas a forte expansão da classe trabalhadora e o considerável aumento de sua renda na última década foram suficientes para que os pobres, aos poucos, começassem a ocupar alguns espaços antes restritos às elites.
A política de cotas, combinada com aumento da renda e avanços na educação, abriu as portas das universidades para um grande contingente de negros e pobres.
Os aeroportos também passaram a ser utilizados por pessoas de origem humilde e aparência simples. As ruas estão cheias de carros populares.
A juventude bronzeada da Zona Sul agora divide as areias de Ipanema com quem vem do subúrbio de metrô.
E a classe média em geral passou a ter que conviver nos shoppings, templos sagrados de consumo, com um pessoal que se veste diferente, tem cabelos diferentes, fala mais alto e tem um jeito próprio de se divertir. Uma turma, negra em sua maioria, que chega “de rolé” para consumir e se divertir onde antes só podia trabalhar.
Naturalmente esse movimento causa estranheza. “Narciso acha feio tudo o que não é espelho” e “à mente apavora o que ainda não é mesmo velho”. É do ser humano.
Ao cabo, ganhamos todos mais uma chance de problematizar questões latentes em nossa sociedade, como inclusão e mobilidade social, além do direito à cidade. Inaceitáveis, só as reações de racismo e preconceito.
O fenômeno surgiu espontaneamente de garotos que queriam apenas “zoar, pegar as meninas e dar um rolé”. Mas alguns shoppings acharam por bem atentar contra o direito de ir e vir, com restrições à entrada e circulação de pessoas, além de pressionar e obter do Facebook a censura das páginas que convocam os rolezinhos.
Chamada a agir, a PM foi pretoriana como sempre. Sob aplauso racista e intolerante de quem não aceita a nova realidade do Brasil, os policiais nos “brindaram” com cenas que lembram em muito aqueles quadros de Debret que retratam o período da escravidão. Só que a chibatada pode sair pela culatra. A ação da polícia gerou uma reação, como era de se supor conforme as leis da física e das relações sociais.
Pelo visto a cúpula da segurança pública paulista nada aprendeu com a repressão do movimento pelo passe-livre no ano passado.
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O fato é que, desde as confusões no Shopping Vitória (ES) e no Shopping Metrô Itaquera (SP), os rolezinhos marcados para os próximos dias, em vários locais do país, vão bem além da ideia original dos encontros: são organizados por universitários, movimentos sociais e coletivos de vários matizes políticos. Um deles, previsto para acontecer no próximo final de semana no Rio, foi organizado por uma comunidade da rede que defende, dentre outras causas, a extinção da PM. E até mesmo black blocs se preparam para tirar proveito.
Golpistas e oportunistas de plantão traçam planos parecidos com aqueles com os quais tentaram capturar as manifestações populares de junho passado. Agora, pensam em estimular atos violentos nos rolezinhos para colar a conta na testa do Governo, utilizando-se do medo dos pobres que as elites sempre tiveram.
Quem tem mais de 30 deve se lembrar dos arrastões, registrados por equipes de TV incrivelmente bem posicionadas, que mudaram o curso das eleições cariocas de 1992. Benedita da Silva, negra e favelada como os garotos que causaram confusão nas praias, foi superada na reta final da disputa pelo discurso da ordem de Cesar Maia.
Mas a história se repete como farsa. Os rolezinhos são manifestações sociais diferentes daquelas que ocorreram no passado.
Em junho, as demandas difusas apontavam para a melhoria dos serviços públicos, em especial transportes, saúde e educação. Agora não há contestação clara, além da demanda por aceitação e contra o preconceito. Isso quer dizer muita coisa. Mas nada contra o modelo econômico e os avanços sociais que possibilitaram a presença nos shoppings dos jovens negros e pobres das periferias do Brasil.
Resta esperar que este momento ajude o Brasil a amadurecer. A juventude mais uma vez mostra o caminho. Entender e valorizar as expressões da juventude, dando espaço para a afirmação do seu protagonismo, é fundamental para a construção de um país mais justo e igualitário, livre do racismo, do preconceito e de todas as formas de intolerância.
Deputado federal Edson Santos (PT/RJ)
Clique aqui para ler editorial do Mino: “Shopping center não é praça”.
E aqui para ler “Tijolaço elege a Madrinha do Rolê. A Tucanhêde !”.