quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Tiroteio após briga deixa um morto e oito pessoas feridas em Copacabana

Virada de ano - 01/01/2014 às 10h04/Apoliana Oliveira/http://180graus.com

Tiroteio após briga deixa um morto e oito pessoas feridas em Copacabana

Uma das feridas é a supervisora de call center Lucy Silva, de 43 anos

Pelo menos nove pessoas foram baleadas a poucos minutos da virada do ano durante uma troca de tiros entre um homem e policiais militares. O tiroteio aconteceu na Avenida Nossa Senhora de Copacabana próximo à Rua República do Peru, depois de um homem, identificado como Adilson Rufino Silva, de 34 anos, tentar agredir a mulher. O tenente-coronel Ronald Santana, do 19º BPM (Copacabana), teria tentado apartar a briga e teve sua arma roubada pelo suspeito, que foi baleado por policiais que acompanhavam o oficial. O militar acabou ferido na perna após lutar como o atirador. Além dele, uma criança está entre as vítimas.
O homem e mais cinco feridos foram encaminhados para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Até as 2h desta madrugada, o agressor estava sendo operado, em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Um jovem de 15 anos, foi baleado na mão. Uma mulher, identificada apenas como Carol, de 20 anos, foi atingida na perna. Uma criança de sete anos foi atingida no tórax, mas segundo o Batalhão de Choque, que atendeu a ocorrência, ela passa bem. Uma mulher de 60 anos também foi atingida. O comandante e a idosa foram levados para o Hospital Copa D'or e para o Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro. O Coronel Santana recebeu alta durante a madrugada. A nona vítima é um policial militar, que foi levado para o hospital da corporação, no Estácio.
Uma das feridas é a supervisora de call center Lucy Silva, de 43 anos. Ela estava indo para a praia na companhia de amigos quando se deparou com o incidente. Amigos de Lucy disseram que os policiais militares foram imprudentes.
— Vi um policial fazer sete disparos em direção a uma lanchonete lotada na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Foram muitos tiros no meio da multidão. Por isso, muita gente foi atingida — disse Alexandre, que preferiu não dar o sobrenome. — Acho que foi despreparo da polícia. Era uma mulher gritando e um cara com um monte de policiais em volta. Mas eles não conseguiram controlar essa única pessoa. Aquela quantidade de tiros perto de tanta gente foi um absurdo. E quando acabou a confusão os PMs foram embora.
Beatriz, também amiga de Lucy, contou o que pôde ver:
— Estávamos descendo para ir para a praia e vimos um casal brigando. Os PMs tentaram separar. O agressor deu um soco num policial e aí começou o tiroteio. Eu saí correndo e não vi bem o que aconteceu depois — contou.
Depois de receber alta, Lucy foi embora do hospital caminhando com os amigos.
Atraídos pelo barulho dos tiros, policiais do Batalhão de Choque foram até o local e socorreram duas pessoas. A mulher agredida pelo homem foi levada para a 12ª DP (Copacabana). Ao chegar, ela disse apenas que estava sendo enforcada por ele quando a polícia chegou. Ela foi para a delegacia com duas crianças. Ainda não se sabe se são filhos dela.
Mais cedo, a Polícia Militar havia dito que o clima era de tranqulidade na orla de Copacabana. Até as 21h25m, nenhuma ocorrência grave havia sido registrada na região. Segundo o comandante do 19º BPM, tenente-coronel Ronald Santanta, algumas pessoas relataram terem sido vítimas de pequenos furtos no meio da multidão que aguardava a virada do ano. Muita gente reclamava de assaltos na altura do Copacabana Palace na noite desta terça-feira. Franklin Lobato, morador de Copacabana, de 45 anos, teve o seu cordão roubado por duas pessoas. Ele também foi ferido no rosto por um soco, que provocou sangramento no nariz e inchaço no olho.
— Eles já vieram me batendo. Fui reclamar com um grupo de PMs e eles disseram que não poderiam fazer nada — conta.
Durante as primeiras horas de 2014, policiais do 12ª DP (Copacabana) orientavam vítimas de roubos e assaltos ocorridos durante o réveillon a registrar queixa apenas a partir de quarta-feira. Os policiais estariam usando como justificativa o fato de que a DP funciona como uma central de flagrantes, e que os presos têm prioridade sobre registros de ocorrências. No início da madrugada, havia uma longa fila de pessoas que buscavam registrar queixas, e que reclamam da demora no atendimento no local.
ONG ajuda na segurança
O réveillon é sinônimo de trabalho para os voluntários da ONG Anjos da Guarda, braço brasileiro da entidade americanaGuardian Angels". Ao todo, 20 agentes da entidade trabalhavam na prevenção de pequenos delitos desde às 14h desta terça-feira nas ruas de Copacabana. Caso presenciem algum delito, eles são treinados para desarmar, imobilizar e conduzir acusados, servindo inclusive como testemunhas. Pelo menos até às 21h, a equipe não havia atuado. Um dos agentes é o advogado Henrique Maia.
— Hoje, por incrível que pareça, não presenciamos qualquer delito. Ao contrário de anos anteriores, que detemos alguns suspeitos na orla — disse Henrique, que afirma ter detido mais de mil pessoas desde julho de 1983.
Henrique é acompanhado pela estudante Auta Maria, que participa da entidade desde outubro de 1992 e afirma já ter detido 309 pessoas.
Fonte: Com informações do O Globo Rio
Publicado Por: Nataniel Lima