segunda-feira, 24 de março de 2014

Cientistas advertem para futuro sombrio se nada for feito contra aquecimento

Cientistas advertem para futuro sombrio se nada for feito contra aquecimento

Secas, inundações, conflitos, perdas econômicas cada vez mais profundas. Este é o cenário que aguarda o planeta caso não se reduzam as emissões de dióxido de carbono (CO2), advertem cientistas da ONU em seu próximo relatório sobre o aquecimento global.
O rascunho do próximo informe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), ao qual a AFP teve acesso, faz parte de um amplo estudo que contribuirá para determinar políticas e orientar negociações nos próximos anos.

Leia Mais

-Ministro alemão das Relações Exteriores visitará a Ucrânia esta semana

-Cerca de 60 pessoas invadem e põe fogo em prédio público na Venezuela

-Estados Unidos e aliados enfrentam agora um Putin mais beligerante

-Equipe que achou avião da Air France vai ajudar em buscas do MH370

-Famílias de crianças com Síndrome de Down defendem um mediador nas escolas

-Cabral diz que segurança pública do Rio está de prontidão

-Cabral pedirá ajuda das Forças Armadas para combater crime organizado

-Justiça condena tenente-coronel pela morte da juíza Patrícia Acioli

-Filha de Rubens Paiva se emociona ao ouvir discurso inédito do pai

-Parlamento russo conclui aprovação de anexação da Crimeia

-Putin abrirá conta em banco russo sancionado pelos EUA

-Papa Francisco celebrará Missa pela canonização de Anchieta

-Morre Bellini, capitão da seleção brasileira de 1958

-Polícia Federal prende ex-diretor da Petrobras suspeito de lavagem de dinheiro

-Biblioteca Vaticana: Acordo com empresa japonesa para digitalizar três mil manuscritos

App ajuda pessoas a evitar encontro com ex-namorados

-STF manda prender deputado condenado por esterilização de mulheres

-Dilma tem 43% da preferência do eleitorado, contra 15% de Aécio e 7% de Campos, diz Ibope

-Dom Schevchuck: Papa Francisco fará tudo o que for possível para a paz na Ucrânia e segue com atenção a situação da Igreja Greco-católica

-Ucrânia prepara retirada de soldados da Crimeia

-Juiz determina que Delúbio Soares volte a trabalhar na CUT

Jurados condenam dez PMs por mortes de oito presos no Carandiru

-Contra violência doméstica, campanha italiana quer salário para donas de casa

Ban Ki-moon viaja a Moscou e Kiev em busca de solução para crise na Crimeia

-Líderes voltam a discutir com governo votação do Marco Civil da Internet

-Tribunal Constitucional russo considera legal tratado que anexa a Crimeia

-Comissão Europeia propõe ajuda de 1 bilhão de euros à Ucrânia

-Filha de Roriz oferece trabalho a irmão de Joaquim Barbosa

-Família de brasileira morta na Espanha arrecada dinheiro para trazer corpo

-Senado pode votar em abril redução da maioridade penal

-Ucrânia diz que soldado foi morto na Crimeia e conflito entrou em fase militar

-Restrição de espaço aéreo na Copa atinge cerca de 1% dos voos previstos

-Brasil e Espanha chegam a acordo sobre Mercosul e segurança na internet

Os cientistas e representantes dos governos se reunirão na cidade japonesa de Yokohama a partir da terça-feira para redigir um resumo de 29 páginas, que será publicado juntamente com o relatório completo em 31 de março.
"Temos uma imagem mais clara do impacto e das consequências, inclusive as consequências para a segurança", disse Chris Field, da americana Carnegie Institution, que chefia a pesquisa.
O trabalho vem a público seis meses depois do primeiro volume do V Relatório de Avaliação, no qual os cientistas deixaram claro sua certeza irrefutável de que o aquecimento global tem a mão do homem.
No informe era previsto um aumento das temperaturas entre 0,3 e 4,8 graus centígrados neste século, 0,7 grau Celsius acima da média desde a Revolução Industrial. O nível dos oceanos aumentará entre 26 e 82 centímetros até 2100, segundo suas estimativas.
De acordo com o novo rascunho, os danos serão disparados a cada grau adicional, embora seja difícil quantificá-los.
Um aumento nas temperaturas de 2,5º C com relação à era pré-industrial - meio grau Celsius a mais que a meta fixada pela ONU - reduzirá os ganhos mundiais anuais entre 0,2-2,0%, o que corresponde a centenas de bilhões de dólares.
"É certo que as avaliações que podemos fazer atualmente ainda subestimam o impacto real da mudança climática futura", disse Jacob Schewe, do Instituto Postdam para a pesquisa das Mudanças Climáticas (PIK) na Alemanha, que não participou da elaboração do rascunho do IPCC.
-- INUNDAÇÕES: as emissões crescentes de gases de efeito estufa aumentarão "significativamente" o risco de inundações, às quais Europa e Ásia estarão particularmente expostas. Se confirmado o aumento extremo de temperaturas, três vezes mais pessoas ficarão expostas a inundações devastadoras.
- SECA: a cada 1º adicional na temperatura, outros 7% da população mundial terão reduzidas em um quinto as fontes de água renováveis.
- AUMENTO DO NÍVEL DOS MARES: Se nada for feito, em 2100 "centenas de milhões" de habitantes das regiões costeiras serão levados a se deslocar. Os pequenos países insulares do leste, sudeste e sul da Ásia verão suas terras reduzidas.
- FOME: os cultivos de trigo, arroz e milho perderão em média 2% por década, enquanto a demanda de cultivos aumentará 14% em 2050, devido ao aumento da população mundial. Os mais prejudicados serão os países tropicais mais pobres.
- DESAPARECIMENTO DAS ESPÉCIES: "Grande parte" das espécies terrestres e de água doce correrá risco de extinção, pois as mudanças climáticas destruirão seu hábitat.
"As mudanças climáticas no século XXI empurrarão os Estados a novos desafios e determinarão de forma crescente as políticas de segurança nacional", adverte o esboço de resumo.
Ainda assim, algumas repercussões transfronteiriças das mudanças climáticas - a redução das zonas geladas do planeta, as fontes de água compartilhadas ou a migração dos bancos de peixes - "têm o potencial de aumentar a rivalidade entre os países", diz o informe.
A redução das emissões de gases de efeito estufa "nas próximas décadas" permitirá desativar algumas das piores consequências das mudanças climáticas até o final do século, destacou o informe.
Em 13 de abril, o IPCC divulgará, em Berlim, seu terceiro volume sobre estratégias para fazer frente às emissões de gases de efeito estufa.
Em seus 25 anos de História, o IPCC publicou quatro "relatórios de avaliação", e cada um fez um alerta sobre as gigatoneladas de dióxido de carbono emitidas pelo tráfego, as centrais energéticas e os combustíveis de origem fóssil, assim como o metano, gerado pelo desmatamento e pela pecuária.
O volume de Yokohama vai além dos anteriores, ao oferecer em detalhes o impacto regional das mudanças climáticas, assim como os riscos de conflito e o aumento do nível dos mares.
O último grande relatório publicado do IPCC, de 2007, contribuiu para criar um momento político propício que levou à convocação da cúpula do clima de Copenhague de 2009, mas sua reputação foi abalada por alguns erros que os céticos aproveitaram para demonstrar a existência de uma visão tendenciosa sobre esta ameaça.
AFP