sexta-feira, 16 de maio de 2014

Na Argentina, educadores vão de porta em porta para reverter o abandono escolar

Na Argentina, educadores vão de porta em porta para reverter o abandono escolar

Educadores do programa 'Vuelva a estudiar' (Governo de Santa Fé)
Desde que foi criado no ano passado, o programa já fez com que 1.600 alunos voltassem a estudar
O governo socialista da província de Santa Fé, na Argentina, criou um programa em que profissionais que batem à porta dos adolescentes que abandonaram os estudos.
O objetivo do "Vuelva a estudiar" (volte a estudar, em espanhol) é detectar por que eles desistiram da sala de aula e convencê-los de que vale a pena voltar à sala de aula, como contou à BBC Brasil a secretária de Educação, Claudia Balagué.
A província de Santa Fé tem 850 mil alunos. O abandono ocorre principalmente entre os alunos mais velhos, assim como no restante da Argentina, onde quase 16% dos alunos do nível secundário, que têm entre 12 e 18 anos, deixam os estudos."É uma tarefa artesanal, árdua e de equipe, com os profissionais treinados batendo, de surpresa, na casa de cada aluno que deixou os estudos. Desenvolvemos uma estratégia personalizada para cada um que deixou a escola", contou Balagué.
Em Santa fé, o índice de abandono chega a 18% no nível secundário, bem acima do 1% registrado entre alunos do primário, que têm até 12 anos.
Segundo dados oficiais, cerca de 1.600 alunos voltar a estudar em Santa Fé desde o início do programa, no ano passado.

Causas

Educadores do programa 'Vuelva a estudiar' (Governo de Santa Fé)
Trabalho é árduo e individualizado, segundo a secretária de Educação Claudia Balagué
Foram detectadas ao menos três causas para o abandono da escola entre jovens com idades entre 12 e 20 anos.
"No caso dos que têm 18 anos ou mais, um dos principais motivos é porque têm de trabalhar para ajudar à família. Eles também param de por causa de uma gravidez na adolescência e por não se sentirem identificados com seus colegas e professores. Este último motivo nos surpreendeu", afirmou.
"Eles não se sentem confortáveis no grupo e desistem dos estudos."
O desinteresse foi o que fez a estudante Marisol Sanchez, de 16 anos, abandonar os estudos enquanto estava no primeiro ano do nível secundário, em 2011.
Em 2007, o secundário passou a ser obrigatório na Argentina e, desde então, Santa Fé busca alternativas para aumentar a inclusão escolar e a frequência dos alunos deste nível, como foi o caso de Marisol.
"Achava tudo muito chato. Mas já estava pensando em voltar quando vieram aqui em casa", diz ela. "Disseram que devia voltar porque seria melhor para minha vida. Minhas amigas já vinham me dizendo a mesma coisa."
Depois de dois anos longe da sala de aula, ela voltou a estudar no ano passado.

Estratégias

Educadores do programa 'Vuelva a estudiar' (Governo de Santa Fé)
Diálogo com pais e alunos é uma das principais armas dos educadores para reverter o abandono escolar
A secretária de Educação de Santa Fé afirma que a busca pelos alunos é possível porque o governo local fez um cadastro online de todos.
A direção de cada escola avisa quando eles deixam os estudos. “Esse registro nos permite saber onde eles moram e ir à casa deles”, afirmou.
A estratégia para que eles voltem a estudar começa com uma primeira abordagem dos profissionais.

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Depois, psicólogos, pedagogos e diretores da escola ouvem os argumentos do aluno e, numa espécie de terapia de grupo, tentam encontrar uma saída para manter o aluno na mesma escola ou designar uma nova, noutro bairro.
O trabalho ainda inclui conselheiros juvenis, estudantes que conversam com os colegas que deixaram a escola e com os professores e diretores.
Os profissionais da equipe de combate à deserção escolar recebem treinamento especial para os casos de alunas que deixaram os estudos ao engravidar.
“Se for o caso, podem estudar de casa, pela internet. Também convidamos a participar do debate sobre as melhores alternativas para que concluam os estudos”, diz Balagué.
Ouvidos pela imprensa local, especialistas em educação apoiaram a iniciativa.
“A deserção escolar no nível secundário é um problema sério que está ligado ao contexto social e econômico do aluno, mas também com a própria escola, que deve pensar como atender a este estudante através do ensino”, disse ao Clarín Graciela Morgade, reitora da Faculdade de Filosofia e Letras, em Buenos Aires.da BBC Brasil, em Buenos Aires