sábado, 1 de novembro de 2014

Novembro azul alerta homens para o câncer de próstata

Novembro azul alerta homens para o câncer de próstata

O segundo tipo de câncer que mais mata os homens é o de próstata, perdendo apenas para o de pele; exames devem ser feitos regularmente, uma vez a cada 12 meses após os 40 anos

Segundo o médico José Renato Fabretti, quando descoberta no início, chance de cura chega a 95% (Crédito: Gilberto Abelha/JL)
Segundo o médico José Renato Fabretti, quando descoberta no inicio, chance de cura chega 95%(crédito Gilberto Abelha/JL) 
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais mata os homens no Brasil.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença levou a óbito 13.129 homens em 2011 e a estimativa para 2014 é de que sejam registrados 68,8 mil novos casos. Em Londrina, o Instituto do Câncer (ICL) registra, em média, 211 novos casos por ano, com nove mortes. O urologista José Renato Fabretti afirma que, de cada cem homens, dois ou três terão a doença.
As estatísticas do ICL mostram que a quantidade de casos de câncer de próstata é semelhante à de câncer de mama entre as mulheres – com 230 novos casos ao ano. O agravante, porém, é de que os homens se cuidam menos e são mais resistentes aos exames preventivos, embora este comportamento esteja mudando gradualmente. A campanha Novembro Azul tem essa missão: estimular os homens a se cuidarem.
O presidente da Associação Médica de Brasília e membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Luciano Carvalho, explica que a campanha surgiu a partir de uma demanda da SBU e foi encampada pelo Ministério da Saúde. “O foco é esclarecer os homens sobre o câncer de próstata.”
Exames
Diagnosticar precocemente é o grande desafio, assim como com o câncer de mama. Para isso, o urologista José Renato Fabretti afirma que, a partir dos 40 anos, deve ser feito um check-up anual da próstata, com exame físico (toque retal), dosagem de PSA (Antígeno Prostático Específico), ultrassom da glândula e nível da testosterona.
Quando há aumento da glândula e alteração do PSA, é feita a biopsia, que fecha o diagnóstico. Uma vez confirmada a doença, Fabretti explica que, em casos iniciais, é feita a cirurgia e a cura chega a 95% dos casos; em estágios mais avançados, este porcentual fica entre 50% e 60% e a indicação é para a radioterapia. Já quando há metástase óssea, é feito o tratamento medicamentoso para dar qualidade de vida ao paciente.
Luciano Carvalho diz que é difícil falar em fatores que podem provocar o câncer dessa glândula. “Dizemos que já foram identificadas algumas situações que têm relação mais estreita com a doença, como gordura animal e obesidade, devido à alteração hormonal.”
Fabretti defende também que se os homens levem uma vida equilibrada, com exercícios físicos, alimentação saudável, com o máximo de alimentos naturais e alegria. “A pessoa precisa ter qualidade de vida física e psicológica.”
Neste check-up anual, acompanhar o nível de testosterona é importante para garantir a saúde do homem e a qualidade de vida dele. O nível considerado normal do hormônio é entre 180 e 800. Na andropausa, este nível começa a cair e o homem passa a ter vários sintomas, como diminuição do desejo sexual, irritabilidade, insônia, queda de pelos e perda de massa muscular. “É fácil fazer a correção com dosagem de hormônio via oral, por adesivo e injetável.”
Resistência em queda
A resistência dos homens em fazer os exames preventivos ainda é uma realidade, especialmente em função do toque retal. No entanto, segundo o urologista Luciano Carvalho, a gradual mudança de comportamento tem ajudado a aumentar o diagnóstico da doença em estágio inicial.
"Há pouco mais de 20 anos, entre 70% e 80% dos diagnósticos eram da doença em estágio avançado. Hoje, isso se inverteu e entre 60% e 70% dos diagnósticos são da doença em estágio inicial”, revelou o médico.
Esclarecimento e educação são responsáveis por essa mudança de comportamento. O urologista José Renato Fabretti acrescenta ressalta o papel das mulheres. "Hoje, as esposas estão empurrando os homens para dentro dos consultórios", diz.
Segundo Fabretti, a resistência é maior em pessoas com idade acima dos 70 anos. “Estes chegam com a doença em estágio mais avançado.”
Carvalho explica que o toque retal é fundamental para avaliar a situação da próstata. Ele afirma que este exame corresponde a apalpar a mama, no caso do câncer de mama.