Câmara aprova correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda
Líder do governo disse que a presidente Dilma Rousseff não tem compromisso com a atualização do índice e pode vetar a atualização, que precisa passar pelo Senado
Modificação na tabela foi aprovada em uma medida provisória com 43 temas diferentes (Crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Na votação de uma medida provisória com 43 temas diferentes, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) a correção da tabela de Imposto de Renda em 6,5%, com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O texto segue para votação no Senado. O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse que a presidente Dilma Rousseff não tem compromisso com a atualização do índice e pode vetar a atualização.
Na campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff prometeu a correção da tabela em 4,5% para efeitos em 2015. O índice é o centro da meta de inflação, que tem sido utilizado pelo governo nos últimos anos.
O Planalto argumentou, no entanto, que preferia deixar a discussão do tema para o próximo ano diante das turbulências na relação com os congressistas e também previstas para a economia.
Pela proposta, serão dispensados do pagamento do imposto os empregados que recebem até R$ 1.903,98. De R$ 1.903,99 até R$ 2.853,44 terá alíquota de 7,5%, com dedução de R$ 142,80. Na faixa seguinte até R$ 3.804,64, a alíquota é de 15%, com dedução de R$ 356,81. Na próxima banda até R$ 4.753,96 a alíquota é de 22,5%, com dedução de R$ 642,15. A Alíquota máxima de 27,5% valerá para salários cima de R$ 4.753,96, com dedução de R$ 879,85.
A votação do ajuste na tabela do IR, proposto pelo líder do DEM, Mendonça Filho (PE), isolou a bancada do PT na Câmara. Inicialmente, o PCdoB indicou que também ficaria contra a proposta, mas diante da quase unanimidade em torno da matéria, recuou e anunciou apoio. Com a derrota anunciada, o PT também teve que voltar atrás e acabou votando pela correção.
O líder do governo chegou a fazer um apelo ao "espírito natalino" dos parlamentares para a retirada desse ponto da medida provisória.
"Diante do atual cenário econômico do país, este percentual não é o que o governo entende possível para alterar a tabela do imposto de renda", disse Fontana.
Segundo Mendonça, o Sindifisco apresentou um levantamento indicando que, nos 17 anos, até o final de 2013 a defasagem na tabela já atinge 61,42%. do JL Jornal de Londrina