sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Animais vítimas de maus tratos tornam-se companheiros especiais

Cães e gatos vítimas de maus-tratos ou de má formação encontram quem lhes dê cuidados e carinhos. Felinos cegos e cachorro na cadeira de rodas são os personagens desta história

Publicação: 02/08/2013 06:04 Atualização:

Guilherme e o gato Valentin; Káthia e o gato Miguel; Hellen com Yasmin; e Jane com Brad Pitt (Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Guilherme e o gato Valentin; Káthia e o gato Miguel; Hellen com Yasmin; e Jane com Brad Pitt
Eles querem ser os melhores amigos de alguém, mas são raros os que se dispõem a construir uma relação tão profunda com animais especiais. Uns são vítimas de maus-tratos, outros, do destino e da má-formação genética. Geralmente, são cães e gatos resgatados por organizações especializadas e abrigos, à espera de adoção. Mas o preconceito e a falta de interesse tornam tal missão quase impossível.

No Augusto Abrigo, por exemplo, há uma média de 20 bichinhos com algum tipo de necessidade especial. Além de problemas físicos, eles apresentam desde falta de vitaminas até deficiências mentais. A gatinha Yasmin, de apenas 1 ano, conheceu a crueldade humana nos primeiros meses de vida. O algoz, um menino de 11 anos, furou os dois olhos do bichano, em junho, em Valparaíso (GO). Cega, ela ganhou as atenções da professora Káthia Regina Vieira, de 49 anos, atual tutora da gatinha.

“Ela é um animal feliz, como outro qualquer. Caça até passarinho, por incrível que pareça. Os cuidados com ela são mínimos. Apenas tirei os fios elétricos expostos na casa, para que não ocorresse acidente. Além disso, evito trocar a mobília de lugar”, contou Káthia, dona de outros bichinhos especiais. Miguel, de 1 ano e meio, é um dos companheiros da felina. Aos dois meses de vida, ele levou uma tijolada que secionou a coluna vertebral. As patinhas dianteiras se recuperaram e, hoje, até as traseiras ensaiam movimentos. Uma das únicas necessidade de Miguel é usar fraldas. “Ele sobe e desce da cama, é muito esperto, tem muita força. Na minha opinião, os animais se adaptam melhor a essas necessidades do que os humanos”, comparou Káthia.