Publicação: 01/08/2013 21:09 Atualização:
Washington - Paralisada pelos republicanos na Câmara dos Representantes, a reforma migratória ganha as ruas dos EUA, com os defensores da legalização do status de 11 milhões de imigrantes buscando angariar apoio à causa e pressionar o Congresso.
Cerca de 200 pessoas bloquearam uma rua, nesta quinta-feira, nos arredores do prédio do Capitólio, em Washington. A manifestação pró-imigração terminou com 40 pessoas detidas, quatro delas em situação ilegal. O protesto dispara uma onda de atividades em todo o país para tentar mudar a opinião dos setores mais conservadores do Congresso e estimular a votação a favor da reforma migratória durante o recesso parlamentar de agosto, segundo os organizadores.
No final de junho, o movimento reformista comemorou quando o Senado aprovou um projeto de lei que prevê um caminho para a concessão de cidadania aos milhões de imigrantes que vivem na clandestinidade, junto com o milionário reforço da fronteira e a revisão do sistema de vistos. A euforia logo se dissipou na Câmara de Representantes: os líderes da maioria republicana se opõem a acompanhar os passos do Senado e estudam projetos separados sobre temas como a segurança na fronteira, ou o futuro dos "dreamers" (sonhadores), como são chamados os jovens levados para os EUA pelos pais ainda crianças.
No texto da Câmara, não há previsão de oferecer a cidadania aos imigrantes que cruzaram a fronteira ilegalmente, como no projeto do Senado. As associações querem, justamente, mudar essa postura. "Vamos bater os tambores pela reforma", disse o líder sindical Eliseo Medina, na quarta-feira, antes de ser detido no protesto de quinta.
Segundo a Aliança pela Cidadania, que reúne organizações trabalhistas, empresariais e religiosas, haverá mais de 350 eventos públicos, manifestações, registro de eleitores, ou reuniões com os congressistas mais críticos, enquanto eles vão para casa no recesso de verão.
No final do recesso, os manifestantes esperam arrecadar 500 mil assinaturas a favor de uma reforma que inclua a legalização dos imigrantes para entregar o abaixo-assinado quando o Congresso retomar as atividades em setembro. Também nesta quinta-feira, jovens entregaram melões californianos "plantados por imigrantes" a centenas de congressistas que apoiaram uma emenda pela deportação dos clandestinos proposta pelo representante republicano Steve King.
King, um dos maiores adversários da reforma, atiçou os protetos na semana passada, quando afirmou que a maioria dos "dreamers" "têm panturrilhas do tamanho de melões por carregar 75 libras (35 kg) de maconha pelo deserto". Nas últimas semanas de sessão parlamentar, os membros da Câmara Baixa mostraram pouca urgência para se dedicar ao tema, apesar do intenso trabalho desde o início do ano, quando o grupo bipartidário de oito senadores expôs o projeto e o promoveu na Casa.
O congressista democrata por Illinois (norte) Luis Gutiérrez, um dos atores-chave na busca por apoio para uma reforma integral na Câmara Baixa, advertiu seus colegas que a inação parlamentar ajudará a manter as deportações dos imigrantes com status ilegal. "Haverá outras 44 mil pessoas deportadas durante o recesso, pensem nelas", exclamou.
Os democratas garantem contar com votos suficientes no lado republicano para passar um projeto que inclua a possibilidade de cidadania, mas o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, não permitiu a votação em plenária.
"Se os republicanos acham difícil passar um projeto integral de reforma imigratória, então deveríamos considerar passar o projeto do Senado", afirmou o congressista democrata da Califórnia (oeste) Xavier Becerra. "De alguma maneira ou de outra deveríamos ter a oportunidade de deixar que as pessoas saibam como pensamos" sobre a reforma, acrescentou.
Ao mesmo tempo, os republicanos também sentem a pressão ao seu lado. Mais de 100 doadores republicanos, incluindo grandes figuras do partido, enviaram esta semana uma carta aos companheiros do Congresso, pedindo-lhes apoio à reforma. Em Washington, cresce a pressão para aprovar uma reforma antes de 2014, quando metade dos congressistas tentará se reeleger.
Cerca de 200 pessoas bloquearam uma rua, nesta quinta-feira, nos arredores do prédio do Capitólio, em Washington. A manifestação pró-imigração terminou com 40 pessoas detidas, quatro delas em situação ilegal. O protesto dispara uma onda de atividades em todo o país para tentar mudar a opinião dos setores mais conservadores do Congresso e estimular a votação a favor da reforma migratória durante o recesso parlamentar de agosto, segundo os organizadores.
No final de junho, o movimento reformista comemorou quando o Senado aprovou um projeto de lei que prevê um caminho para a concessão de cidadania aos milhões de imigrantes que vivem na clandestinidade, junto com o milionário reforço da fronteira e a revisão do sistema de vistos. A euforia logo se dissipou na Câmara de Representantes: os líderes da maioria republicana se opõem a acompanhar os passos do Senado e estudam projetos separados sobre temas como a segurança na fronteira, ou o futuro dos "dreamers" (sonhadores), como são chamados os jovens levados para os EUA pelos pais ainda crianças.
No texto da Câmara, não há previsão de oferecer a cidadania aos imigrantes que cruzaram a fronteira ilegalmente, como no projeto do Senado. As associações querem, justamente, mudar essa postura. "Vamos bater os tambores pela reforma", disse o líder sindical Eliseo Medina, na quarta-feira, antes de ser detido no protesto de quinta.
Segundo a Aliança pela Cidadania, que reúne organizações trabalhistas, empresariais e religiosas, haverá mais de 350 eventos públicos, manifestações, registro de eleitores, ou reuniões com os congressistas mais críticos, enquanto eles vão para casa no recesso de verão.
No final do recesso, os manifestantes esperam arrecadar 500 mil assinaturas a favor de uma reforma que inclua a legalização dos imigrantes para entregar o abaixo-assinado quando o Congresso retomar as atividades em setembro. Também nesta quinta-feira, jovens entregaram melões californianos "plantados por imigrantes" a centenas de congressistas que apoiaram uma emenda pela deportação dos clandestinos proposta pelo representante republicano Steve King.
King, um dos maiores adversários da reforma, atiçou os protetos na semana passada, quando afirmou que a maioria dos "dreamers" "têm panturrilhas do tamanho de melões por carregar 75 libras (35 kg) de maconha pelo deserto". Nas últimas semanas de sessão parlamentar, os membros da Câmara Baixa mostraram pouca urgência para se dedicar ao tema, apesar do intenso trabalho desde o início do ano, quando o grupo bipartidário de oito senadores expôs o projeto e o promoveu na Casa.
O congressista democrata por Illinois (norte) Luis Gutiérrez, um dos atores-chave na busca por apoio para uma reforma integral na Câmara Baixa, advertiu seus colegas que a inação parlamentar ajudará a manter as deportações dos imigrantes com status ilegal. "Haverá outras 44 mil pessoas deportadas durante o recesso, pensem nelas", exclamou.
Os democratas garantem contar com votos suficientes no lado republicano para passar um projeto que inclua a possibilidade de cidadania, mas o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, não permitiu a votação em plenária.
"Se os republicanos acham difícil passar um projeto integral de reforma imigratória, então deveríamos considerar passar o projeto do Senado", afirmou o congressista democrata da Califórnia (oeste) Xavier Becerra. "De alguma maneira ou de outra deveríamos ter a oportunidade de deixar que as pessoas saibam como pensamos" sobre a reforma, acrescentou.
Ao mesmo tempo, os republicanos também sentem a pressão ao seu lado. Mais de 100 doadores republicanos, incluindo grandes figuras do partido, enviaram esta semana uma carta aos companheiros do Congresso, pedindo-lhes apoio à reforma. Em Washington, cresce a pressão para aprovar uma reforma antes de 2014, quando metade dos congressistas tentará se reeleger.