atualizado às 10h34

Snowden pede em carta aberta "solução global" para limitar a espionagem

Carta assinada por Snowden foi publicada na revista alemã Der Spiegel deste domingo

Snowden em imagem divulgada pelo WikiLeaks Foto: AFP
Snowden em imagem divulgada pelo WikiLeaks
Foto: AFP
Edward Snowden, o ex-técnico dos serviços secretos dos Estados Unidos que revelou a trama mundial de espionagem, defendeu em carta aberta uma "solução global" que limite legalmente estes programas de monitoramento de cidadãos e políticos.

A carta, publicada neste domingo com exclusividade pela revista alemã Der Spiegel sob o título "Um manifesto pela verdade", ressalta que a sociedade "não pode esquecer que a espionagem em massa é um problema global e requer uma solução global".

Segundo Snowden, tramas de acompanhamento e intercepção das comunicações como as que revelou "não são só uma ameaça para a esfera privada", mas também minam "a liberdade de expressão".

Temos a obrigação moral de preocupar-nos para que nossas leis e valores limitem os programas de espionagem e protejam os direitos humanos

Edward Snowden
"Temos a obrigação moral de preocupar-nos para que nossas leis e valores limitem os programas de espionagem e protejam os direitos humanos", afirma o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.

Snowden, de quem os Estados Unidos retiraram o passaporte após as primeiras revelações e agora vive com uma permissão de estadia temporária em Moscou, ataca "alguns governos" - antes cita Washington e Londres - que iniciaram "uma campanha de perseguição" contra ele e que querem eliminar o debate publico sobre a espionagem.


Além disso, encoraja os cidadãos a participar do debate que ele ajudou a iniciar com suas revelações sobre os programas de espionagem em massa dos EUA e classifica de "erro" a opção de confiar nos governos na tomada de decisões sobre estes assuntos. Por último, Snowden fecha seu manifesto repetindo uma frase que já utilizou na recente carta que enviou ao governo alemão: "quem diz a verdade não comete nenhum delito".

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